O dia chegou a sorrir, o sol
brincalhão fugia das nuvens que ameaçavam tirar-lhe o seu brilho intenso, ela
acordou com aquele nervoso miudinho que tanto lhe dizia que ia correr bem como
lhe dava inúmeras razões de que iria falhar. O seu coração acordou e perguntou
se tinha dormido bem, disse-lhe também que tudo ia correr bem porque ela
merecia e porque ele estava ali a apoiá-la acontecesse o que acontecesse. Mais
aliviada, ela deixou-se estar deitada a aproveitar o tempo a sós com o seu
coração. Como ela tinha saudades de manhãs daquelas… Eles riam e brincavam,
voavam de sonho em sonho, juntos. Era a única coisa que interessava, que
estavam juntos. Tudo era natural e podia ver-se a alegria genuína a flutuar no
ar.
Ela estava mais calma, estava
feliz, e sabia que mesmo que se o dia lhe pregasse uma partida má e lhe batesse
com a porta na cara, o seu coração estava ali, a enchê-la de felicidade.
Com muita dificuldade, dúvida e
ansiedade, ela levantou-se e vestiu a roupa mais confortável e profissional que
tinha, passou maquilhagem pelo seu rosto branco do inverno gelado que se fazia
sentir e pulverizou-se com o seu perfume característico, aquele que o seu
coração tanto gosta. Agora sim, estava mais confiante. E foi com as palavras e
os gestos do seu coração que se despediu dele e se vez à estrada. Partiu numa
nova aventura com a melhor companhia, ela sabia que com os três mosqueteiros
reunidos, conseguiria sobreviver ao que estaria por vir.
O sol conduziu-a para a sala de
reuniões cinzenta e iluminada por ele mesmo. O nervosismo fugiu para o canto da
sala e deixou a simpatia e naturalidade tomar conta da rapariga. O homem mau
tornou-se um avozinho agradável que a apresentou logo se seguida àquela que se
ia tornar na sua irmã mais velha. A rapariga respirou fundo e soube que estava
no sítio certo, não parava de sorrir.
Os dois mosqueteiros fizeram da
festa que a rapariga sentia a sua própria festa e no meio dos festejos, aparece
o coração com o seu brilho nos olhos e o seu sorriso que dizia “eu sabia que
conseguias”. Naquele momento ela soube o quão sortuda ela tinha sido naquele
dia, e rezou para que mais dias como aquele chegassem. Ela precisava do seu
coração por perto, finalmente entendeu isso, e o seu coração também a queria. O
seu coração que tinha sido libertado, ignorado, rejeitado e, mesmo assim
voltou, era só isso que interessava. Ela estava feliz, e o seu coração também…
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